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Novo teste avalia chances de sucesso em fertilização assistida

Especialistas da Universidade de Stanford, nos EUA, desenvolveram um modelo matemático para calcular a chance de uma segunda tentativa de FIV dar certo. Acredito que essa pode vir a ser uma estratégia complementar interessante para o tratamento da infertilidade no futuro. Por enquanto, acho fundamental nos questionarmos um pouco a respeito.

As clínicas sérias hoje já têm como procedimento padrão reavaliar cada caso que deve ser repetido. Esses profissionais só estimulam a persistir aqueles casais que, dentro dessa reavaliação, têm ainda alguma chance de obter a gravidez com seus próprios gametas (óvulos e espermatozóides). Justamente porque não existe uma fórmula matemática que se aplique a todos os pacientes, os médicos retiram informações de cada tratamento realizado para melhorar e acertar mais e mais a cada nova tentativa.

Mas, na minha opinião, também é muito importante levar em consideração que todo modelo matemático tem um aspecto impessoal. Quantos casos complicados poderiam ter sido descartados por um teste matemático e acabam alcançando o sucesso após mais algumas tentativas? É preciso lembrar que aqueles que repetem podem ser, na maioria, os mesmos que levariam “bomba” no teste.

As avaliações estatísticas, os exames e tecnologias são úteis para nos ajudar no tratamento do casal infértil e devem ser utilizados, mas temos que buscar trabalhá-los como ferramentas e não como “tábuas de salvação”. Na medida em que o novo teste evolua e seja incorporado à rotina de trabalho das clínicas de fertilidade, certamente será utilizado para favorecer a busca pelo sucesso do tratamento, que deve ser de ambos, médicos e pacientes.

Vale a pena ler a matéria da Folha sobre o tema.

Grupo de especialistas em reprodução humana identificou 52 fatores que podem interferir nas chances de gravidez

Por Iara Biderman
Colaboração para a Folha

Após uma primeira tentativa mal sucedida de fertilização in vitro (FIV), a mulher é encorajada a tentar uma segunda vez. Se não deu certo, uma terceira tentativa, dizem os médicos, pode ser a sua chance de engravidar.

No entanto, dados razoavelmente objetivos para quantificar essa chance não são avaliados.

A situação pode começar a mudar. Um grupo de especialistas da Universidade Stanford, nos EUA, desenvolveu um modelo matemático para calcular a chance de uma segunda tentativa de FIV dar certo.

Eles afirmam que os fatores determinantes na reprodução assistida podem e devem ser objeto de investigação científica rigorosa.

Com dados de 1.676 ciclos de fertilização in vitro realizados entre 2003 e 2006, eles identificaram 52 fatores que interferem nas chances de a gravidez chegar a termo.

São dados como a idade da mulher e de seu parceiro, índice de massa corporal, níveis hormonais, função ovariana, qualidade do esperma e do embrião.

A novidade é que a equipe de Stanford desenvolveu uma fórmula matemática para, a partir desses dados, calcular se vale a pena repetir o procedimento.

Na fertilização in vitro, os óvulos da mulher são coletados e colocados, juntos com os espermatozoides, em um tubo de laboratório. Se o óvulo é fecundado, o pré-embrião que começa a se desenvolver no tubo é transferido para o útero da mãe.

IMPLANTAÇÃO

“O grande entrave é a implantação. Se a evolução [do embrião] no laboratório foi boa, mas ele não se implantou no útero, não tem o que fazer, vamos repetir o processo”, diz Dirceu Mendes Pereira, diretor científico da Sociedade Brasileira de Reprodução Humana.

Dados tanto do Brasil quanto dos EUA mostram que, na primeira tentativa de fertilização in vitro, aproximadamente 70% das mulheres não conseguem levar a gravidez adiante.

Para os casais que não conseguem ter filhos naturalmente, o dilema é desperdiçar uma segunda chance, qualquer que seja a sua probabilidade, ou enfrentar o custo físico, emocional e financeiro de um novo procedimento que pode fracassar.

Os criadores do novo modelo para prever o sucesso da fertilização in vitro acreditam que ele dará elementos mais objetivos para a decisão do casal e para a indicação médica sobre repetir ou não o procedimento.

Para o ginecologista Flávio Garcia de Oliveira, membro da Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva, o modelo criado é uma ferramenta que pode oferecer um aconselhamento melhor, mas isso é só o início do caminho.

“É uma ferramenta mais completa, mas é apenas estatística. Acredito que, nos próximos anos, estudos genéticos e bioquímicos irão identificar com mais precisão o sucesso da implantação”, afirma Oliveira.

FÁCIL UTILIZAÇÃO

A vantagem, segundo o ginecologista, é que o modelo é fácil de ser utilizado e replicado, porque os 52 fatores usados para o cálculo matemático são dados levantados quando o procedimento vai ser feito pela primeira vez.

“Já temos esses dados, e eles nos dão uma ideia de como será a resposta da paciente. O teste sistematiza essas informações. Pode ser interessante, mas precisamos ver como isso funciona na prática”, avalia o ginecologista Ricardo Baruffi, especialista em reprodução assistida.

Clique para ler diretamente do portal Folha Online

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