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Composto de plásticos, bisfenol-A pode prejudicar qualidade do esperma

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Um composto químico que já era considerado perigoso para as crianças e que pode ser transmitido através do uso de mamadeiras, podendo causar infertilidade além de outros transtornos físicos e psicológicos, também pode afetar os adultos. A prova veio de uma pesquisa realizada recentemente pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional dos Estados Unidos, que avaliou a exposição de 130 operários chineses a altos níveis de Bisfenol-A e concluiu que eles apresentavam contagem de esperma bem inferior à dos homens que se mantiveram livres do contato com a substância.

A interferência do composto, encontrado com frequência em objetos de resina e plástico, levanta mais uma vez a questão de sua influência na qualidade do sêmen masculino. Confira a matéria completa abaixo ou no portal Estadão.

Composto de plásticos, bisfenol-A pode prejudicar qualidade do esperma

CHICAGO – Uma pesquisa feita com 130 operários chineses expostos diariamente a altos níveis do produto químico bisfenol-A, encontrado em resinas e plásticos, e outros 88 trabalhadores livres dessa substância revelou que os primeiros apresentavam baixa contagem de esperma entre duas e quatro vezes mais que o segundo grupo.

O estudo, financiado pelo Instituto Nacional de Segurança e Saúde Ocupacional dos EUA e o primeiro a avaliar a interferência do composto na qualidade do sêmen masculino, foi publicado nesta quinta-feira, 28, na edição online da revista Fertility and Sterility.

O levantamento é o mais recente a trazer à tona os riscos que o bisfenol-A pode oferecer à saúde, e sua divulgação ocorre duas semanas após o Canadá incluir o produto em sua lista de substâncias tóxicas.

O que ainda não se sabe é se a baixa contagem de espermatozoides e outros sinais de má qualidade do sêmen se traduzem na redução da fertilidade. O autor do estudo, Dr. De-Kun Li, cientista da Divisão Permanente de Pesquisas Kaiser, em Oakland, Califórnia, sustenta que homens podem ter filhos mesmo com contagens de espermatozoides muito reduzidas.

Mas a descoberta de Li de que o bisfenol-A pode afetar o esperma é preocupante porque se relaciona com pesquisas em animais e segue a linha de seu estudo anterior com os mesmos homens, que faz uma ligação entre a exposição ao composto e problemas sexuais.

Se essa exposição pode diminuir os níveis de esperma, “isso não pode ser algo positivo” e são necessários novos levantamentos para verificar se há outros efeitos nocivos, segundo Li.

A professora de farmacologia e toxicologia Andrea Gore, da Universidade do Texas, que não estava envolvida no estudo, chamou-o de importante, mas ainda preliminar. “O resultado, no mínimo, sugere a possibilidade de o bisfenol-A ser uma das substâncias que causam alterações no esperma”, disse. Mas Andrea acredita que evidências mais fortes são fundamentais para provar que o produto é realmente culpado.

O bisfenol-A é usado na fabricação de resinas e no endurecimento de plásticos e encontrado em garrafas de plástico rígido, embalagens de alimentos com revestimento de metal, selantes dentários e óculos. A urina da maioria dos americanos contém níveis mensuráveis do composto.

Estudos em animais relacionaram esse produto químico a problemas de reprodução e câncer, o que levou ao gasto de milhões de dólares em novas pesquisas com seres humanos.

Steven Hentges, do Conselho Americano de Química, grupo que representa a indústria, afirma que a pesquisa na China “é de pouca relevância” para os consumidores nos EUA, que normalmente estão expostos a níveis muito baixos de bisfenol-A, o que não significaria nenhuma ameaça à saúde.

A agência de vigilância sanitária americana Food and Drug Administration (FDA) tem avaliado a segurança desse produto químico, mas se recusou a informar se seguirá o exemplo do Canadá ao declarar tóxica essa substância.

Em comunicado enviado por e-mail, a FDA disse que está trabalhando com os Institutos Nacionais de Saúde dos EUA “para avançar na compreensão científica do bisfenol-A e informar nossas decisões”.

Acesse o Estadão.com.br e confira a reportagem na íntegra.

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